“Você começa a se dar conta de que
seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos. Dá-se conta de que é cada
vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho,
estudo, namorado(a) etc. E cada vez desfruta mais dessa Cervejinha que serve
como desculpa para conversar um pouco. As multidões já não são ‘tão
divertidas’, às vezes até te incomodam.
Mas começa a se dar conta de que
enquanto alguns eram verdadeiros amigos, outros não eram tão especiais depois
de tudo. Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez,
esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores
pessoas. Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor. Partem
seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto e te achou o
maior infantil, pôde lhe fazer tanto mal. Parece que todos que você conhece já
estão namorando há anos e alguns começam a se casar, e isso assusta!
Sair três vezes por final de semana
lhe deixa esgotado e significa muito dinheiro para seu pequeno salário. Olha
para o seu trabalho e, talvez, não esteja nem perto do que pensava que estaria
fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que
começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo.
Dia a dia, você trata de começar a
se entender, sobre o que quer e o que não quer. Suas opiniões se tornam mais
fortes. Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais
do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e
adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é. Às vezes, você
se sente genial e invencível, outras… Apenas com medo e confuso.
De repente, você trata de se
obstinar ao passado, mas se dá conta de que o passado se distancia mais e que
não há outra opção a não ser continuar avançando. Você se preocupa com o
futuro, empréstimos, dinheiro… E com construir uma vida para você. E enquanto
ganhar a carreira seria grandioso, você não queria estar competindo nela.
O que, talvez, você não se dê conta,
é que todos que estamos lendo esse texto nos identificamos com ele. Todos nós
que temos ‘vinte e tantos’ e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes.
Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na cabeça…