Um assunto no mínimo polêmico voltou a ser discutido na Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (UERN). Durante reunião sobre o Processo Seletivo
Vocacionado de 2014 (PSV), com seus pró-reitores, o reitor Pedro Fernandes
teria sugerido a suspensão das vagas para os núcleos avançados da instituição
espalhados por 11 municípios do interior. Em contrapartida, teria pedido a
ampliação das vagas para o curso de Medicina, considerado o mais caro mantido
pela instituição. O assunto será apresentado para discussão na próxima reunião
do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), prevista para o dia 17.
A informação foi confirmada pela pró-reitora de Ensino de Graduação (PROEG),
Inessa da Mota Linhares Vasconcelos, e pelo coordenador da Comissão Permanente
do Vestibular (COMPERVE), José Egberto Mesquita Pinto Júnior, mas nenhum dos
dois quis entrar em detalhes, deixando para o reitor o assunto. A reportagem
tentou manter contato com Pedro Fernandes através do telefone, mas foi
informada que ele estava em reunião. Depois de muito insistir, Egberto disse
apenas que a proposta da reitoria não é fechar os núcleos, mas “reorganizar e
repensar o modelo”.
Outras informações dão conta de que seria apresentada ao Consepe a situação
dos núcleos, apontando quais deles são viáveis, além de mostrar que, desde os
últimos cinco anos, eles não estão apresentando demandas. Haveria possiblidade
de se manter vagas apenas para os cursos que tenham maior constância. Por outro
lado, aumentar as vagas de Medicina iria ao encontro da demanda, tendo em vista
o número de 100 candidatos por vaga nos vestibulares.
O pedido de suspensão do vestibular para os
núcleos pegou de surpresa as lideranças do interior. Em Apodi, que recentemente
conquistou a aprovação de um campus avançado da Uern, o presidente da Câmara
Municipal, João Evangelista, disse que a medida é um contrassenso à proposta da
universidade e que será uma perda muito grande para a região. “Atualmente,
temos ônibus indo com 90 universitários para Mossoró e, recentemente, o
prefeito pediu recursos para mais dois ônibus”, destacou.
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