A situação crítica da saúde no estado do Rio Grande do Norte não é muito
diferente do resto do Brasil. Falta vontade política para resolver o problema.
Habitualmente, não há verba suficiente para a saúde, entretanto, quando esta
existe é corroída por dois tipos de cupins insaciáveis: a má gestão e a
corrupção, irmãs siamesas. Os escândalos se sucedem e não perderei tempo em
citá-los, pois tomaria todo este jornal. Basta que se leia as notícias diárias.
O Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pela integralidade das ações de
saúde no serviço público, é igual à nossa Carta Magna
de 1988, no papel é perfeito. Mas, na realidade, é uma utopia. Como o SUS não
dispõe de uma estrutura para suprir o atendimento à população, utiliza-se da
rede privada para complementar, o que é perfeitamente lícito e constitucional.
Muitas vezes sai até mais barato terceirizar do que montar um serviço próprio.
Mas, aí, aparecem os puristas das mais diversas tribos, a dizer que o SUS não
pode se contaminar utilizando os serviços da rede privada. Os representantes
dessas entidades deveriam ter atendimento exclusivo pelo SUS, pois, sentindo na
pelé as dificuldades poderiam até ajudar a resolvê-las.
O que vemos hoje é que um quarto (25%) da população do país se associa a
algum plano de saúde para suprir a deficiência do sistema público. Os arautos
defensores da castidade virginal do SUS se valem dos planos e seguros de saúde
privados. Entretanto, não querem permitir esse acesso aos desassistidos.
Os pobres, aqueles que realmente precisam, os que não podem pagar planos e
seguros, são as únicas vítimas da iniqüidade dos nossos governantes,
completamente alheios ao sofrimento da população, torrando dinheiro com obras e
projetos faraônicos, alguns sem a menor lógica.
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